26/09/09

Vasco Pulido Valente - A música dos deuses


Para ler na íntegra e meditar. Mais importante do que a reflexão sobre a opção de amanhã, é a reflexão sobre isto: A procissão dos deuses que, tocando e cantando, deixaram António já se ouve - ao longe, no Ocidente inteiro. Ao pé disto, o acto da amanhã é apenas um pormenor ridículo e insensato. Ridículo na sua dimensão, insensato na impotência que a cegueira dos actores promove. Ganhe quem ganhar em Portugal ou na Alemanha, nada fará retornar a procissão dos deuses.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nada como o carácter divinatório de VPV, de há 30 anos a esta parte (o que vale é a pouca latitude da memória e a selecção de textos, que permite deixar no esquecimento o que não se enquadra na divinização da personagem. Enfim, pormenores...).
Já toda a gente esqueceu, é óbvio, o categórico tom que previa a derrota de Obama, que nem chegaria às finais da primárias democratas, mas chegou, que seria derrotado por Clinton, mas não foi, que seria trucidado pelo candidato republicano, mas parece ter sucedido o contrário, que Obama era mero fogo fátuo, sem capacidade nem espaço para fazer algo de diferente, o que parece não ser bem assim. Mal ou bem, custe o que custe a VPV, Obama tem, como se diz, uma agenda e, perdoe-se-lhe a ingenuidade, parece determinado em cumpri-la, para o que lhe havia de dar...
Não que o mundo esteja muito direito, que o Império esteja grande coisa, mas o curioso é poder reler, e não estão muito afastadas no tempo, as crónicas sobre o dito império durante o reinado bushiano...
E já agora, não faria mal algum, ao seu guru, de uma vez por outra, saber reler os seus próprios textos antes de levianamente tresler a opinião de EL. Mais uma pulido-valentite que eu vejo, com algum desgosto, JCM venerar.
Um abraço
JB Lemos

Jorge Carreira Maia disse...

Um equívoco seu. A minha percepção pessimista sobre o destino do Ocidente é muito anterior à leitura de VPV. Tem 30 anos, eu só lei o VPV aí há um dúzia de anos, e foi desencadeada por um acontecimento que, à época, extravasava os meus pobres quadros mentais: a revolução teocrática do Irão. Esse acontecimento tão fora do habitual conflito político da guerra-fria, fez-me ler e tentar saber outras coisas. O que fui descobrindo sobre a saúde do Ocidente nunca foi de molde a deixar-me tranquilo.

Mas se gosto do VPV céptico, há outro que eu não aprecio, quando em momentos falhos de lucidez dá para ter fé em coisas abstrusas, como naquele momento em que aceitou ser deputado pelo PSD. Ele tem muitos momentos desses. Ele engana-se muitas vezes? Sim, e depois? Vc não se engana? Eu engano-me amiúde. A crónica não é um oráculo, mas um género ficcional. Há ficções boas e ficções más, as do VPV são geralmente boas, como as do Manuel António Pina, do JN, ou as do Medeiros Ferreira. Cada um no seu estilo.

Só mais uma coisa. Eu lembro-me dessa história do Presidente americano. O VPV teria apostado a um almoço no Gambrinus com o dr. Mário Soares quem seria o próximo presidente americano. Ele apostava no candidato republicano mórmon e Soares no Obama. Mas VPV disse tb que iria perder. Enfim.

Um abraço,
JCM

Anónimo disse...

As eleições de hoje, cá e na Alemanha, tenham os resultados que vierem a ter, não vão resolver, nem sequer contribuir para que os problemas do mundo actual possam ser resolvidos a curto prazo. A ordem económica mundial, depois de tudo o que tem acontecido lá por fora, desde a falência de bancos até aos casos Madoff's, como cá por dentro com os casos BPN, BPP, BCP e mais aqueles que a gente ainda não sabe, dizia, a ordem económica mundial tem que ser alterada. Como? Não sei. Mas sei que os grandes cérebros intelectuais da economia mundial, e caseira, que tudo permitiram, se é que não incentivaram, não podem mais ser os motores desta mudança indispensável. Não sei qual é o caminho a seguir. Mas sei que não é por aí!