A regência da amargura
Estamos em maré eleitoral. A política concerne ao nosso ser mais profundo ou é apenas uma governação de máscaras? Ela diz respeito ao homem expulso do paraíso. Mas aqui surgem todos os perigos. Uns, perante a posição extra-paradisíaca do homem, fazem da governação uma gestão do inferno. Outros fazem da política uma viagem de retorno ao paraíso, de onde Deus nos expulsou. Não são diferentes dos primeiros. Estar fora do paraíso não é necessariamente habitar no inferno. Pode ser amarga a vida quando se descobre o despejo divino e a imutabilidade desse decreto, mas nem a felicidade nem a infelicidade são os objectivos da política. Sensato será fazer da governação a mera regência da amargura. [14 de Setembro de 2009]
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