Um retrato do país
"Estudo conclui que maiores hospitais do SNS são ineficazes e sugere que as reformas do Governo podem não estar a seguir o melhor caminho". A saúde em Portugal tornou-se um verdadeiro drama. Quem não tem dinheiro para recorrer à caríssima medicina privada, a generalidade dos portugueses, sujeita-se àquilo que os serviços públicos têm para dar. E o que têm para dar é cada vez menos. Por exemplo, como terá evoluído o número de pessoas sem médico de família (neste concelho, parece ter aumentado substancialmente)? Depois, a política de concentração seguida está a esvaziar muitas unidades hospitalares e a criar monstros de ineficácia. Por fim, nem para isto há sequer dinheiro (isto, por exemplo), pois mesmo os serviços que se prestam, com os atrasos e condições que se conhecem, custam uma fatia orçamental excessiva para o país. O Serviço Nacional de Saúde sempre foi o retrato fiel do país que somos. Os interesses que o sugam, aqueles que gostavam de se apoderar das unidades de saúde, a incapacidade de organizar e tornar eficiente uma instituição do bem comum, o drama das gentes que apenas a ele podem recorrer. No meio de tudo isto, há milhares de excelentes profissionais que devem desesperar da situação a que se chegou, há vocações desgastadas pela ineficácia e pela intromissão constante dos reformadores.
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