31/07/09

Estatutos

O Presidente da República acabou de promulgar o Estatuto dos Médicos. Ora este Estatuto consagra a carreira única. Como pode um governo como actual fazer este Estatuto e um Presidente como Cavaco Silva aprová-lo sem o mais ligeiro arrepio na consciência. Quando foi o Estatuto dos professores do ensino inferior, aqui d'el-rei que há que diferenciar, distinguir, dividir a carreira em duas. O Presidente nem tugiu nem mugiu e acarinhou a socióloga Rodrigues. Como se pode tratar dois corpos da função pública de forma tão diferenciada? Mais, se numa destas funções havia lugar para alguma diferenciação seria na dos médicos e não na dos professores. Estes fazem todos o mesmo, desde que começam a carreira até que a acabam. Há em Portugal, dentro das elites políticas, uma atitude bem negativa relativamente aos professores portugueses. Tratam-nos como se fossem portugueses de segunda, apesar de constituírem um dos corpos profissionais com maior formação e que recebem maior reconhecimento da opinião pública. É evidente que eu não protesto contra a carreira única dos médicos. O que eu não percebo, a não ser por oportunismo político e por preconceito social, a discriminação de que os professores são alvo. Enfim, estatutos.

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