30/07/09

Estatuto dos Açores

O Tribunal Constitucional, felizmente, veio pôr cobro aos devaneios sobre o Estatuto dos Açores. Há uma coisa que me leva a ser cada vez menos adepto da regionalização e até das próprias autonomias. Por detrás de todo estes movimentos, o que se move sempre, de forma silenciosa e com insídia, é a destruição do Estado central. A metáfora que os políticos usam para a destruição do Estado português é a da autonomia progressiva. O que significa isso? Literalmente significa que progressivamente as regiões se tornarão autónomas, isto é, capazes de dar a lei a si mesmas. Isto quer dizer apenas uma coisa: independência. Amanhã, se este pobre país, for regionalizado, como quer o PS, também as regiões irão reivindicar uma autonomia progressiva. Primeiro, serão super-autarquias, depois numa qualquer revisão constitucional, os grandes partidos, em obediência aos caciques locais, transformarão aquelas super-autarquias em regiões, mais tarde em regiões autónomas, e a pequena república portuguesa não tardará a tornar-se um estado federal. Daqui à desagregação é um passo. Estranho país este em que todos parecem querer depender do Estado e, ao mesmo tempo, destruir esse mesmo Estado. Talvez o objectivo seja a existência um estado em cada canto do rectângulo. Andou bem, muito bem, Cavaco Silva.

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