01/08/09

Alma Pátria - 13: Carlos Ramos - Não Venhas Tarde

Carlos Ramos - Não Venhas Tarde

Não consegui encontrar a data de criação deste fado cantado por Carlos Ramos. Também não encontrei, na Internet, a capa da gravação original. Carlos Ramos faz parte de um trio de vozes masculinas muito interessantes, que deviam estar no auge na altura em que nasci, em meados dos anos cinquenta. Para além de Ramos, refiro-me a Max e a Alfredo Marceneiro. Este Não Venhas Tarde é um retrato social do país que então éramos. Não me refiro à infidelidade, pois essa é, como o amor, eterna. Refiro-me ao tipo de relação homem mulher subjacente ao texto. O homem cindido entre o puro amor e o desejo erótico, cada um deles representado por um tipo de mulher, como se a sua coincidência numa única fosse impossível. Esta ideologia era também subjacente ao regime político que se vivia na altura. Não estou a dizer que foi o regime que a produziu. Diria até o contrário: é este tipo de ideologia social que acaba por permitir e mesmo requerer o tipo de regime que se vivia. Dito isto, repito: Carlos Ramos tinha uma voz assinalável

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