14/07/09

Trabalhos de feitiçaria

Por causa deste senhor e da senhora que superintende a educação chegou ao que chegou. Um dos aspectos mais graves é a contínua politização, entendida aqui como luta político-partidária, dos resultados dos exames nacionais. Aquilo que deveria ser motivo de reflexão serena e um indicador socialmente útil transformou-se, devido a certas feitiçarias dos nossos feiticeiros-mores, num espaço estéril de polémica e numa telenovela ao nível daquelas que a Justiça proporciona para gáudio da comunicação social e de nós, pobres indígenas, que não temos nada com que nos entreter. Ontem saíram os resultados dos exames do 9.º ano e logo a maga chefe veio anunciar que o país se deveria congratular com tais resultados, talvez organizar umas festas dos santos populares tão ao gosto das comunidades educativas, digo eu. Já a Associação de Professores de Português exige que o Ministério da Educação, isto é, a Confraria Nacional de Mágicos e Feiticeiros, explique a queda dos resultados, os quais apesar de caírem ainda merecem que o país se congratule com eles, segundo a Maga-Chefe. Portanto, os professores de português que se preparem. Se o PS ganhar as eleições com maioria absoluta lá vão apanhar com mais um daqueles extraordinários planos de salvação, como o que impera na Matemática. A educação tornou-se o refúgio dos amantes do plano. Todos os que adoravam os planos quinquenais soviéticos ou os planos de fomento do Estado Novo Salazarista encontraram um ninho e um nicho para aplicarem as suas inovadoras ideias sobre planeamento e planificação, em última análise ideias que conduzem à terraplanagem do saber e ao achatamento e à rasura do que deveria ser elevado.

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