Metamorfoses LVII
Anton Webern – Symphony Op. 21
nada sei da alegria da cidade
erguida na distância dos teus passos
brancos muros perdidos
no desconsolo com que respiras
o sabor ondulado do horizonte
peço-te a alegria de uma hora de luz
doem-me tanto as sombras
os olhos enevoados pelo entardecer
aquelas árvores que a tudo dissipam
o limiar daquilo que existe
disseste então enquanto esperavas
se o que vinha a ti era um deus
ou apenas o frívolo viajante
que no caminho pára e fala de amor
1 comentário:
Mais um poema a inserir na Viagem de Inverno. A perfeição atinge-se com muito trabalho...ou não, será expontânea. É que o poema está perfeito.
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