14/07/09

Intromissões inaceitáveis

Comecei por ler isto no Ponteiros Parados. Curioso, segui para aqui. Mas, embora hipertenso, não estava particularmente interessado em campanhas profilácticas, tais como a que está por detrás deste belo slogan "an orgasm a day keeps the doctor away" e que talvez visem assegurar o bem estar cardíaco das futuras gerações. Lastimo muito a sorte das mulheres frígidas e dos homens impotentes e já estou farto de polémicas sobre a educação sexual na escola. Por isso segui para aqui, onde leio isto: "PARENTS should avoid trying to convince their teenage children of the difference between right and wrong when talking to them about sex, a new government leaflet is to advise. " O que me choca não é tanto a ideia de que no processo de transmissão de valores morais, dentro da família, o sexo seja excluído. O que é mesmo chocante é a intervenção do governo. Depois, toda esta ideologia está assente num equívoco: que pode haver sexualidade humana sem valores morais. Nós, seres humanos, não somos nem puros animais que estejam aquém da moralidade, nem deuses que estejam para além dessa mesma moralidade. Há ainda uma outra coisa: se não são os pais a transmitir, relativamente à sexualidade, os seus valores de bem e de mal, onde as crianças e os jovens os vão buscar? No panfleto governamental, parece surgir a ideia de uma auto-descoberta, como se fosse possível o uso da razão sem uma educação da razão. Na verdade, o que é absolutamente imoral é um governo ocidental intrometer-se na educação moral dada pelas famílias e, ainda por cima, em nome do bom selvagenzinho do Rousseau. É pena que o Labour em vez de se preocupar com os problemas políticos, económicos e sociais de grande parte da população, se preocupe com a opinião que se possa transmitir sobre os negócios da cama. Claro, esta inaceitável intromissão na vida das pessoas é feita, como sempre, em nome da saúde. A saúde está para o ocidente como Alá para o mundo islâmico.

Sem comentários: