30/07/09

Exames: isto cansa!

Saíram os resultados da segunda fase dos exames nacionais do ensino secundário e lá volta o charivari em torno do tema. Segundo o Público, os resultados das principais disciplinas são mais baixos agora do que na primeira fase. Como o ME utilizou os exames como forma de fazer política, agora teve de encontrar umas explicações mirabolantes para justificar que os resultados não se devem à sua extraordinária e criativa política educativa. Parece que os culpados são os malditos alunos externos. O Público lembra, porém, que as associações profissionais consideraram os exames da segunda fase mais difíceis do que os da primeira.

Tudo isto já cansa e serve apenas para ocultar a realidade educativa. Muitos alunos que frequentam o ensino secundário "via de ensino" não o deveriam frequentar, ponto final. Deveriam estar em cursos profissionalizantes. Serve também para ocultar uma outra coisa: o amadorismo com que são concebidos os exames em Portugal. E a culpa não é de quem os produz, mas de quem dirige todo o sistema. Para realizar provas equivalentes ao longo dos anos, provas que permitam comparações, é necessário um aturado trabalho de análise e interpretação curriculares e a produção de milhares de itens (bancos de itens) testados. Só na posse desses materiais e de uma orientação que vise a comparação do desempenho curricular dos alunos, ao longo de vários anos, é que se poderão produzir exames minimamente fiáveis e comparáveis. Todo o chinfrim que se produz sempre que saem as notas de exame só serve para tapar a incompetência política e o amadorismo profissional com que a avaliação externa das aprendizagens é feita neste belo e solarengo jardim. Repito: isto cansa!

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