08/07/09

A feitiçaria do Ministério da Educação

Quando se começa a cair não há possibilidade de suster a queda, e quanto mais se faz para a evitar mais se acelera o processo de decadência. O actual Ministério da Educação armou-se em feiticeiro e andou durante quatro anos a brincar aos feitiços e à magia (bem negra a magia, por sinal). Como sempre acontece com os aprendizes de feiticeiro, não demorou até que o feitiço se voltasse contra os próprios. Depois de ter politizado, governamentalizado e partidarizado os resultados dos exames, e os próprios exames, o Ministério da Educação não quer arcar com as responsabilidades dos insucessos. A preclara Maria de Lurdes Rodrigues acha que os resultados da Matemática se devem à comunicação social, e o extraordinário mágico Valter Lemos acusa a SPM, entre outros agentes inimigos, pela queda dos resultados. Já não falo na honestidade intelectual que deveria pautar esta gente, mas o próprio interesse político aconselhava a não cair no ridículo. Mas pessoas que sempre agiram, durante quatro anos, sem qualquer tipo de verticalidade política não conseguem sequer perceber quando chegou a hora de estar calados. Que esta gente se estatele e parta bem os ossinhos da sua carreira política é muito bem feito, mas que tudo isso seja feito à custa da destruição de uma profissão, a de professor, e dos alunos é que é absolutamente inconcebível. Seja quem for que vier a seguir não será grande coisa, mas esta gente tem de ser corrida, custe o que custar. A sua presença no governo, porém, deve perdurar na memória de todos nós durante muitos e longos anos, como exemplo do que há de mais negativo e prepotente ao nível da governação educativa. O país começa a ficar farto de aprendizes de feiticeiro.

Sem comentários: