Metamorfoses LIII
Andrzej Panufnik – Sinfonia Votiva
ardeu a mesa onde cantaste o amor
a cinza é a deusa que resta
mais a vazia mão estendida para os varais
neles o tempo atrela a vida inteira
os jardins que foram os teus
são estranha propriedade –
exóticos senhores
cultivam frutos e flores
suspensos no delírio
que um dia te movera
nem vale a pena abrir para a desmesura
os olhos tomados pelo espanto
a história é uma herança de dissabores
e as flores da manhã sempre murcham
na infinita quietação da tarde
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