Metamorfoses LVI
Luc Ferrari – Harmonie du Diable
não há palavras que possam dizer a secura
que uma mágoa desenha num rosto
não há flores que cubram o entardecer
se o vento corre por cima dos túmulos
um viajante come pelas tabernas
– no sarro do balcão servem copos de vinho –
ali espera que a solidão chegue
para ir dormir onde a noite o acolha
sonha então as mágoas que são as suas
e olha as longínquos constelações
anunciam no esplendor do céu
a chaga que no peito rasga o inferno
1 comentário:
Este poema poderia pertencer a um ciclo de poemas do género Wintereise...faltaria encontrar quem os musicasse...o Emmanuel Nunes?
E com isto me retiro para o jardim. Salut, JCM!
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