Futebol e pátria
Por muito pouca paciência que tenha para aquilo que rodeia o futebol, por muita impressão estética desagradável que recolha das manifestações populares em torno da nossa selecção, há, todavia, uma coisa que me agrada: o espírito de identificação com uma pátria exibido sem vergonha. As pátrias e o Estado-nação têm sofrido, nos últimos tempos, violentíssimos ataques motivados pelos interesses dos grupos económicos, desejosos de um amplo mercado de mão-de-obra barata que possam explorar sem regulação política. Mas no coração das pessoas, os velhos sentidos de pertença não se apagam facilmente. E se o nacionalismo xenófobo é, aos meus olhos, absolutamente inaceitável, já o sentimento de fazer parte de uma comunidade funda a minha existência política e cívica. Pelo menos isso, o futebol preserva no coração das pessoas.
1 comentário:
Também gosto muito de ver jogar a Selecção e vibro com as suas vitórias. É sempre comovente ver multidões pronunciando bem alto o nome de Portugal, de sorriso rasgado e coração aos pulos.
O que me decepciona é que, em geral, só o futebol é que desperta nos portugueses esse entusiasmo e vibrante amor à pátria.
Amar a pátria é muito mais do que gritar "Portugal! Portugal!". Amar a pátria é, por exemplo, dar o seu contributo para termos um país mais bonito e limpo, onde se respeita o ambiente, as leis e os direitos dos outros.
Quem grita por Portugal mas não cuida do seu país nem respeita os seus concidadãos não ama a pátria. Só ama a fama e as vitórias.
Posto isto, espero que Portugal faça um grande europeu!
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