15/06/08

Exames e sexo dos anjos

O Público de hoje decidiu discutir, a propósito dos exames nacionais, o sexo dos anjos. Consta que alguns “especialistas alertam para "efeitos perversos" das provas nacionais”. Algumas das luminárias acusam os professores de prepararem os alunos para exame. Esta é uma discussão que não tem resolução, tal como a discussão em torno do sexo (agora dir-se-ia do género) dos anjos. Os exames existem para aferir socialmente as aprendizagens e denotam a necessidade do sistema prestar provas do que faz. Se a sociedade tivesse uma confiança absoluta no que é feito nas escolas, os exames seriam, em princípio, dispensáveis. Um dos argumentos contra os exames centra-se na ideia de que há saberes e competências, como agora é moda dizer, que o exame não avalia. Mas o problema não está na ideia de exame e de prestação de provas, mas na forma e na qualidade desses mesmos exames. Mas uma coisa que os defensores da abolição dos exames não conseguem fazer é a demonstração de que os alunos saberiam mais se não houvesse exames.

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