Chinesices europeias
Mais uma grande conquista civilizacional da Europa: conseguiu, após quatro longos anos, com que a semana de trabalho pudesse, em caso de acordo entre entidade patronal e trabalhador, chegar a um máximo de 65 horas, em vez das actuais 48. Eu não percebo como é que ainda ficam de fora 103 horas semanais. Não me digam que os trabalhadores por contra de outrem têm direito a descansar, a ver telenovela, futebol e assistir à missa? Acabemos rapidamente com essa alienação de gente preguiçosa. Que trabalhem 168 horas por semana, 52 semanas por ano. Assim, talvez, suplantemos a China em civilização, defesa dos direitos humanos e dos trabalhadores. Dito de outra maneira: os escravos deverão estar sempre alerta e ao serviço dos seus senhores. Ah!, já me estava a esquecer: a Comissão presidida pelo antigo dirigente da classe operária, José Manuel Durão Barroso, saudou o acordo como uma grande conquista dos trabalhadores (Público). Barroso realiza assim o seu antigo sonho maoísta.
1 comentário:
Mas que se passa com a «nossa» Europa? Perdeu-se, na neblina cáustica da globalização desenfreada? Esqueceu-se de si própria? Esqueceu-se que leu Charles Dickens e se indignou com o que se passou durante a Revolução Industrial? Perdeu o norte, cavalgando 27 cavalos? Não estávamos todos a ir direitinhos ao reino mítico de Avalon,todos unidos, todos iguais, todos cavaleiros do mesmo Graal? Carvalho da Silva dizia ontem a Constança Cunha e Sá, no Cartas na Mesa, quando esta lhe perguntava sobre o que faziam actualmente os sindicatos, e que os sindicatos estão a perder força, e que seguem um modelo obsoleto, dizia ele que quem se quer sindicalizar, hoje em dia, sofre pressões tremendas por parte da entidade patronal e que essa é uma das razões por que os sindicatos perdem força...talvez o futuro seja a luta de rua...pescadores, camionistas...quem se segue? au suivant, dizia o Brel...
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