O exemplo alemão
Não sei se essa coisa que andam por aí a congeminar às escondidas e que tem por finalidade acabar, através da irrelevância das funções, com os Estados-nação é uma boa ideia. Quando uma selecção de futebol derrotada é recebida por uma multidão como aquela que esperava os alemães em Berlim, há uma mensagem política clara que os feiticeiros de Bruxelas e os anões que os acolitam deveriam ler. Isto para não falar do entusiasmo que tomou conta de Madrid. Se pensassem um pouco, talvez percebessem por que razão os povos tendem a dizer não aos seus devaneios políticos ou aos interesses a quem servem.
1 comentário:
Quando se começou a falar desta coisa da «Europa», da CEE e mais tarde da UE, muitas foram as vozes que se ergueram contra. Diziam que íamos perder a nossa nacionalidade. Na altura, chamaram-lhes «velhos do Restelo». Não foi só em Portugal. Nessa altura, dava eu aulas de Português a Estrangeiros e as reacções de alunos de toda a Europa eram muito semelhantes. Eram mais os que estavam contra dos que os que estavam a favor. E falo de alunos adultos, muitos deles já formados, e que iam fazer cooperação para os PALOPs..suecos, alemães, ingleses, franceses...Quase todos eles com grandes dúvidas sobre essa «Europa»--qual? --sobre o que iria acontecer, falavam de referendos nacionais, de direitos dos trabalhadores, de capitalismo agressivo...Eu própria me arrepiei um pouco--vamos perder a nossa identidade, então e a bandeira e o hino e o escudo, e a nossa laranja, o trigo do alentejo, que normas são essas...mas, ingénua que era, ainda acreditava na «herança grega e democrática» da Europa; haveria que criar um bloco europeu humanista, fazer frente aos desgravavos dos americanos, a Europa da França da Revolução Francesa, da Librdade, Igualdade, Fraternidade, de Diderot, de Shiller e do Hino da Alegria de Beethoven,--FREUDE! do Partido Comunista Francês, da Internacional Socialista, de Sartre, de Churchill, do 25 de Abril, da vitória espanhola sobre Franco, da imagem sempre intensa de Guernica...e acreditei, durante algum tempo, que esta ideia de «Europa» unida era muito interessante...que nos podia ajudar a todos...e não falo dos subsídios...enfim, como qualquer mortal que pensa um pouco, não é preciso muito, lá fui perdendo as esperanças...hoje em dia, faço a mesma pergunta que ontem à noite fez um antigo agricultor alentejano que, entretanto, teve de se tornar pastor porque a «Europa» lhe disse que não podia semear mais cereal: mas que é feito do «nosso celeiro», o Alentejo????e, agora, dizem-nos que falta o trigo? Mas então agora temos de arrancar os milhares de hectares de azeitona que nos mandaram plantar? ESta «economia» deixa-me perplexa. Não. E não é o Sr. Peres Metelo que me convence...É que não entendo, mesmo...Entendo melhor uma obra de arte....Se calhar, é defeito meu. Ainda vou aprender a plantar coves no quintal...E batata...O Jorge palma cantava: «Ai Portugal, Portugal. Mudo o refrão, (ele deixa): «Ai, Europa, Europa........» já não tens pé numa galera e o outro está no fundo do mar.
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