Retratos da Pátria – II. A saga do urbanismo
Paulo Morais, antigo vereador da Câmara Municipal do Porto, veio denunciar que os “terrenos valem em função do seu proprietário”. E eu a pensar que o mercado é que decidia do valor das coisas (Público). Sim, eu sei que Paulo Morais se refere às compras efectuadas por órgãos de poder, como as autarquias. Mas não é o poder autárquico o melhor que a Revolução de Abril produziu? Diz o senhor que os tribunais administrativos “têm estado um pouco adormecidos” nas questões de corrupção urbanística. Um pouco? Meu Deus, não andará também Paulo Morais com sono? Por fim, considerou que a Inspecção-Geral da Administração Local “é uma entidade inexistente” e ainda se mostrou “desiludido” com a Justiça, pois as investigações às suas denúncias têm avançado muito mais lentamente do que seria desejável. Mas a pergunta que importa fazer é: seria desejável para quem?
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