24/06/08

Das influências intelectuais

As revistas Foreign Policy (EUA) e Prospect (Reino Unido) elaboraram uma lista dos 100 intelectuais mais influentes no mundo. Para tal organizaram uma votação, na qual participaram meio milhão de pessoas (Público). O método vale o que vale e presta-se às mais diversas constatações e contestações. Mas os resultados não deixam de ser interessantes. Nos primeiros 10 lugares, encontram-se apenas intelectuais de orientação muçulmana. Estes dados permitem várias leituras concomitantes. Em primeiro lugar, o mundo islâmico começa a interessar-se decisivamente por este tipo de coisas; em segundo, a comunidade muçulmana mundial, apesar das suas diferenças, é, hoje em dia, um claro actor histórico consciente da sua identidade e do seu papel no mundo; em terceiro, parece que o Ocidente que foi grande devido aos seus intelectuais se desinteressou deles (o primeiro ocidental é Noam Chomsky).

É como se estivéssemos a assistir a um render da guarda: o Ocidente desistiu de pensar ao desinteressar-se pelo trabalho e as ideias dos seus intelectuais, enquanto o Islão começa a olhar para eles com esperança de uma afirmação que o retire da medievalidade. Os nomes que o Público refere não pertencem a radicais e fundamentalistas, mas a gente que contribui para um Islão civilizado e respeitador dos direitos do homem. Nem sempre as notícias são más.

1 comentário:

maria correia disse...

Isto sim, interessa-me. Bastante. Claro que o primeiro intelectual ocidental tinha de ser Chomsky. Chomsky é assombroso e desassombrado na sua análise constante ao que se passa no mundo. Não sei se Stanley Aronowitz estará na lista...mas recomendo vivamente, também...terei de ler com mais atenção o artigo do público.