Lilases tardios
Lilases tardios
infestam as ruas.
Tristeza na noite,
efémera e cálida,
sombreia o Outono
sem nome que levas
ao mar assombrado,
roído de areia.
Se cantas ainda
aquela suave
e doce cantiga,
é porque os lilases
não entardeceram
naquela rua triste
perdida no mar
sombrio do Outono.
Deixaste um rio
de lava manchado
na aldeia tão fria.
Então caminhaste
cabelos ao vento
e fogo no olhar.
Assim amanhece
o triste lilás.
Jorge Carreira Maia, Pentassílabos, 2008
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