Deixem os meus mortos
Deixem os meus mortos
cantar pela aurora
para que um deus oiça
e perdoe a demora.
Deixem os meus mortos
sem uma mensagem
que lhes lembre a nossa
penosa imagem.
Deixem os meus mortos
vaguear nos charcos
onde aves e rãs
deixam os seus marcos.
Deixem os meus mortos
caminhar na tarde
sobre as ruas vazias
da vã eternidade.
Jorge Carreira Maia, Pentassílabos, 2008
1 comentário:
Lindíssimos versos. A merecer, de facto, publicação. Já estou a imaginar como seria o livro... Uma bela edição, à altura da qualidade dos poemas e, para completar a satisfação dos leitores, uns exemplares autografados. Pode ser?
:)
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