01/04/08

Pio de Abreu e o homem do táxi

No debate de ontem no Prós e Contra, sobre o problema da indisciplina, o psiquiatra e universitário Pio de Abreu deu uma resposta curiosa a uma insidiosa pergunta: Será que as manifestações de professores lhes retiram autoridade perante os alunos? O que respondeu o incensado professor? Respondeu com uma extraordinária analogia. Contou uma história. Quando esteve em S. Paulo, ao andar de táxi, ouviu o taxista lamuriar-se da violência. E o piedoso professor perguntou-lhe: e a polícia? A polícia, respondeu o homem do táxi, perdeu a autoridade quando fez uma manifestação.

Extraordinária resposta. Fico espantado por um universitário, ainda por cima da área da psiquiatria, ainda não ter ultrapassado a fase do pensamento analógico. Mas o meu espanto ainda é maior quando penso onde, um douto universitário coimbrão, vai buscar a grelha analítica e a fundamentação teórica para criticar, de forma enviesada, as manifestações de professores: ao taxista de S. Paulo. Há muito que me parecia que a ciência, neste admirável mundo novo, se estava a transformar em mitologia. O professor doutor Pio de Abreu confirmou-o, piedosamente. São pessoas destas que ajudam a destruir o sistema de ensino em Portugal. No fundo, a maior parte das pessoas que falam de educação estão ao nível teórico do homem do táxi.

1 comentário:

papoilasaltitante disse...

100% de acordo! Foi indecente!Para mim aquele final sem direito a resposta pareceu-me por encomenda...