21/04/08

Ruben A. - KAOS

O estatuto exigia que o mais humilde carbonário tivesse uma arma, podia ter mais. Neco sabia do arsenal, apenas ele e o sargento Martins, da total confiança das forças revolucionárias, com a garantia de promoção ao posto de oficial alferes logo no 6 de Outubro. Em cada casa de Lisboa havia um carbonário arma­do, pronto a agir na altura em que o chefe da célula, na rua ou no bairro, desse indicações para manietar o povo. A Carbonária era uma elite misturada com os trabalhadores. A lista incluía emprega­dos do comércio, lojistas, condutores e guarda-freios dos eléctricos, actores, lavradores, estudantes, agentes e guardas da Polícia Munici­pal, oficiais superiores do Exército e da Armada, cocheiros, professo­res de todos os ramos do ensino, empregados dos caminhos-de­-ferro, advogados, médicos, engenheiros, operários, comerciantes, lavradores, funcionários públicos desde contínuos a directores-gerais, activistas secretos nos ministérios, proprietários, regedores. Uma verdadeira família que modernamente se chama máffia e se orgu­lhava de contar PRIMOS de todas as classes sociais. A maçonaria rompera as estruturas de acção pacífica para entrar no campo de obter as rédeas do Poder por qualquer meio, servindo-se agora da clandestinidade dos civis armados.

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