Alemães referendários e insurrectos
Graças ao A Educação do meu Umbigo fui até à edição on-line e em inglês do Der Spiegel (ler aqui). Os alemães, que se afastam da vida política tradicional, estão a descobrir o referendo como estratégia para pôr em causa muitas decisões de carácter político. Este caminho começa a tornar a vida difícil para os políticos e para a comunidade empresarial.
Como já disse várias vezes, não sou particularmente adepto do referendo, exceptuando em questões de soberania. O que me interessa, porém, nesta notícia é o sentido que se manifesta através desta insurreição referendária aliada ao afastamento da vida política tradicional.
O que se torna evidente é o crescente sentimento de não representação que os cidadãos dão mostras. As elites políticas têm usado os cidadãos para se legitimar, mas mal chegam ao poder a sua aliança preferencial é com a “comunidade empresarial”. Esta aliança foi de tal maneira forte em todo o Ocidente que conduziu a que os governos ocidentais traíssem, é esse o nome apesar do pathos, os seus eleitores e os vendessem no mercado da globalização.
O pacto social-democrata, que equilibrou socialmente a Europa durante decénios, foi substituído por uma política claramente desfavorável às classes médias e às classes populares. Os próprios partidos socialistas, trabalhistas e social-democratas abandonaram os seus eleitores em troco do paraíso da globalização, da retórica da modernização e de um reformismo de sentido invertido (reformar passou a ser diminuir direitos sociais e aumentar as oportunidades dos mais fortes). Agora os alemães estão a descobrir um caminho de retorno à acção política e à democracia directa.
Quem destrói a democracia representativa ao torná-la uma mentira arrisca-se a levar em cima com uma democracia directa e popular. Dito de outra maneira: quem semeia ventos colhe tempestades. Talvez as revoluções sejam há muito anacrónicas como defendia hoje Pulido Valente no Público. Mas as revoltas e as convulsões essas são intemporais.
Como já disse várias vezes, não sou particularmente adepto do referendo, exceptuando em questões de soberania. O que me interessa, porém, nesta notícia é o sentido que se manifesta através desta insurreição referendária aliada ao afastamento da vida política tradicional.
O que se torna evidente é o crescente sentimento de não representação que os cidadãos dão mostras. As elites políticas têm usado os cidadãos para se legitimar, mas mal chegam ao poder a sua aliança preferencial é com a “comunidade empresarial”. Esta aliança foi de tal maneira forte em todo o Ocidente que conduziu a que os governos ocidentais traíssem, é esse o nome apesar do pathos, os seus eleitores e os vendessem no mercado da globalização.
O pacto social-democrata, que equilibrou socialmente a Europa durante decénios, foi substituído por uma política claramente desfavorável às classes médias e às classes populares. Os próprios partidos socialistas, trabalhistas e social-democratas abandonaram os seus eleitores em troco do paraíso da globalização, da retórica da modernização e de um reformismo de sentido invertido (reformar passou a ser diminuir direitos sociais e aumentar as oportunidades dos mais fortes). Agora os alemães estão a descobrir um caminho de retorno à acção política e à democracia directa.
Quem destrói a democracia representativa ao torná-la uma mentira arrisca-se a levar em cima com uma democracia directa e popular. Dito de outra maneira: quem semeia ventos colhe tempestades. Talvez as revoluções sejam há muito anacrónicas como defendia hoje Pulido Valente no Público. Mas as revoltas e as convulsões essas são intemporais.
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