02/04/08

Falta de condições

Santana Castilho, no artigo de hoje no Público (ver aqui), cita Carlos Zorrinho, o socialista que coordena a Estratégia de Lisboa e o Plano Tecnológico. E de que fala Zorrinho? Fala da multifuncionalidade da vida de hoje. Por exemplo, os jovens estudantes “estudam com a música alta, o computador ligado e telemóvel pronto a trocar mensagens”. E não se coíbe de nos informar que é assim que aprendem e que vão criar valor. Depois, diz-nos esta coisa espantosa: “A escola é cada vez mais isso nos intervalos, nas actividades lúdicas e complementares, mas não tem ainda condições para ser isso nos períodos formais de aulas.” Quer o senhor dizer, porventura, que os professores ainda não estão ao nível da multifuncionalidade. Falta-lhes vontade ou condições.

Também há uns tempos, Jorge Pedreira, um dos secretários de Estado da Educação, ao falar do insucesso escolar, dizia que ainda não havia condições sociais e políticas para acabar com os exames.

Percebe-se bem a política do Partido Socialista: criar condições para que a sala de aula se torne multifuncional, com os alunos da escola pública a enviar SMS’s, a ouvir música, a frequentar chat’s no computador e outras actividades cheias de vontade de criar valor. Enfim, uma pândega. Criar condições também, obviamente, pra não haver exames e, desse modo, todos passarem de ano a contento.

E quando chegarem às universidades? Quem? Os alunos da escola pública? Mas as boas universidades não serão para esses. Essas são para os alunos que frequentarem o ensino priovado, onde não haverá tanta multifuncionalidade, onde haverá disciplina e preparação para as futuras provas de admissão feitas na universidade.

Estes zorrinhos sempre me saíram cá uns raposões…

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