Zapatero, o cavaleiro da triste figura
A tíbia reacção de Zapatero, presidente socialista do governo de Espanha, ao insulto de Hugo Chavez a Aznar, ex-presidente do mesmo governo mas oriundo da direita, revela bem a confusão que lavra nas cabeças dos socialistas europeus. Haverá quem imagine a tibieza como fruto do petróleo venezuelano, mas há razões que a razão desconhece. Zapatero é um homem com coração à esquerda, mas que, sinal dos tempos, sente-se coagido a governar como se fosse de direita. Só isto explica por que motivo, perante o insulto a um ex-governante espanhol, começou a dar lições de ética política e de comportamento democrático ao militar em chefe da Venezuela, em vez de exigir respeito pelo seu adversário político. No fundo, parecia que estava mais perto de Chavez do que de Aznar. Triste sina a dos socialistas europeus: nem defendem a pluralidade política com convicção, nem têm força para aplicar um programa próprio quando chegam ao governo. Perante a ofensa do militar venezuelano, Zapatero não passou de um pobre cavaleiro da triste figura. É o que acontece quando os princípios são rasgados e um pragmatismo abjecto justifica o poder pelo poder.
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