14/11/07

Universidades em colapso financeiro

Quando António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, veio dizer que o governo investe mais nos EUA que em certas universidades portuguesas, logo veio um coro arregimentado dar apoio ao governo. Agora, porém, é Seabra Santos, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que vem dizer que há quatro ou cinco universidades públicas à beira do colapso financeiro e que tem havido uma diminuição no investimento nas universidades (ver TSF online). O que emerge de tudo isto parece ser a vontade do governo, para além da retórica vazia da aposta no conhecimento, de estrangular financeiramente algumas universidades e com isso atingir o coração da democratização do acesso ao ensino superior.

As pessoas terão de compreender uma coisa: pela mão da governação de Sócrates, está a produzir-se a mais gigantesca operação de elitização social do ensino superior. Esta operação começa no ensino básico e secundário, com a desvalorização sistemática da escola pública e uma política que favorece objectivamente os colégios privados e as elites que os frequentam, prolonga-se, agora, na universidade, através do seu estrangulamento financeiro. Não haja ilusões, no Portugal socrático, só as elites sociais terão direito ao melhor ensino. O que Maria de Lurdes Rodrigues fez aos professores do ensino não superior, está Mariano Gago a preparar-se para fazer, de forma mais florentina, claro, aos do ensino superior, a alguns, pois. E o ataque que se faz aos professores é apenas o sintoma do que se quer fazer aos alunos desses professores. Notável, porém, é que sejam os socialistas a fazê-lo.

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