O Abrupto, a Antena 2 e a ditadura do palavreado
José Pacheco Pereira, no Abrupto, faz um comentário ácido, «COISAS DA SÁBADO: TEMOS QUE SER 25% PORTUGUESES», ao sistema de quotas “nacionais” na cultura. Mas aquilo que agora me interessa é a asserção seguinte: «Na Antena 2, para encher os 25% lá terá que se intercalar, no meio do palavreado que caracteriza hoje a estação, Bach e Mahler com Joly Braga Santos e Luís de Freitas Branco.» Pior do que os 25% de música de Joly Braga Santos e de Luís de Freitas Branco, e a coisa não é exaltante, é o palavreado, a ditadura do palavreado. Já fui um indefectível da Antena 2, mas hoje sinto-me expulso da casa. Não há paciência para tanta conversa fiada. Quem frequenta a Antena 2 não precisa que o entretenham com conversa. Se quer informação sobre música, ou outra coisa qualquer, sabe onde a há-de ir buscar. Quer ouvir música sem ter de se levantar para mudar o CD, aceita que, quando liga o rádio, o guiem pelo universo da música erudita, dispensa, porém, palavras a não ser as cantadas e mesmo essas só com conta, peso e medida. Já há tempos, o poeta Joaquim Manuel Magalhães se queixava do mesmo na “Actual” do Expresso. Penso que são muitos os ouvintes tradicionais da Antena 2 que afinam por este diapasão. Era altura de acabar por lá a ditadura do palavreado.
1 comentário:
Absolutamente! Além das figuras públicas (Joaquim M Magalhães, vg) tenho constatado o mesmo pensar e sentir com outras pessoas.
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