A Cidade Flutuante - 20. Tudo se desvanece
Tudo se desvanece
se quero recordar.
Vêm trevas,
ruas cariadas,
desejos esquecidos.
Vem a tua mão
de dedos brancos
para mim estendidos.
Vem tudo o que não quero,
o sol da tarde,
a luz que cega,
a pedra que mata,
e o rio que passa
entre margens de erva
e ruas de prata.
Só não vem
o fulgor do coração
num sangue que arda.
[JCM. A Cidade Flutuante. 1993/2007]
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