13/11/07

Daniel Sampaio, Valter Lemos e o mal-estar

Na cerimónia de entrega do Prémio Nacional do Professor, o presidente do júri, Professor Daniel Sampaio lançou um duro ataque à política governamental, chamando a atenção para o estado de degradação em que se encontra a profissão. Sublinhe-se, porém, não o que disse o Professor Sampaio, mas este pedaço de prosa emitida, segundo consta (ver Diário Digital), por essa miraculosa personagem que dá pelo nome de Valter Lemos: «Ficou claro que o professor Daniel Sampaio se referia a um mal-estar do ponto de vista geral e não a um mal-estar destes ou daqueles docentes. É um mal-estar docente internacional que também existe em Portugal».

Segundo conseguimos apurar, através dos nossos múltiplos contactos, o Professor Sampaio estava a pensar nos professores do Paquistão, do Butão, da Namíbia, da Venezuela e da Quirquízia. Depois, parou a pensar e descobriu que havia um mal-estar internacional entre os professores. Passado um quarto de hora de discurso, o Professor Sampaio disse: «bom, bom, se há um mal-estar internacional entre os professores, é provável que também exista em Portugal». Foi assim, por dedução a partir duma proposição universal, que o psiquiatra chegou à conclusão particular de que havia uma mal-estar entre os docentes portugueses.

Claro que ninguém pensa que o senhor Lemos, a senhora dona Maria de Lurdes e o engenheiro Sócrates têm alguma coisa que ver com esse mal-estar. São pessoas sempre dispostas a apoiar os professores portugueses, agora até lhe dão prémios. Obrigado, senhor Lemos, pela sua preclara visão da realidade. Que tal aprender a ler…

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