A escola do vazio

Sócrates, Valter Lemos, Lurdes Rodrigues têm mil vezes razão. A escola que havia era desadequada ao mundo, ainda havia resquícios de ensino, ainda havia gente que valorizava o saber e que se esforçava por ensinar. Havia que controlar essa gente tresloucada e anacrónica. Na era do vazio, a escola só pode ser uma nulidade. É esse o papel do actual governo, adequar a escola à nulidade em que se vive, transformar a escola num cemitério do saber, matar o professor, fazer crescer o vazio, assegurar que os alunos não deixem de ser absolutas nulidades. Abra-se a escola à comunidade! Escancarem-se as portas para que o vazio da comunidade entre e tome conta de tudo. Os professores ainda conseguiram resistir a Roberto Carneiro, o grande anunciador do vazio educativo, mas hoje estão completamente derrotados. A irrelevância, o vazio, a nulidade, o nada triunfaram. Sócrates, Valter Lemos e Lurdes Rodrigues ganharam, esta é já a sua escola, à sua imagem e semelhança. O que vemos quando olhamos para estas personagens? Nada.
2 comentários:
Extraordinária e sentidamente pungente.
N'A ERA DO VAZIO, a escola do vazio!
Texto soberbo! Donde ressalta, sem subtilezas, a desilusão, a desolação do autor.
Escrito com a amargura de quem se despede dum sonho que já esteve mais perto da sua realização.
Não acredito que se possa prosseguir neste trajecto... Mas quem virá repor a exigência em que se devem "moldar" (num sentido livre e positivo) os homens de amanhã?
E quando?
URGE ESTARMOS MAIS ATENTOS!
Mas ganharam, carago!
E trabalharam para isso.
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