O Estatuto do aluno e a comédia da educação
Em torno da Ministra da Educação e respectivo ministério está montada uma triste comédia de enganos. A oposição acordou para o dislate que representa a política educativa com o novo estatuto do aluno. A própria bancada socialista retrocedeu e lá permite que os alunos possam ser retidos ou excluídos (esta linguagem é o sintoma da confusão que vai pela cabeça da gente que produz o lixo que governa a educação em Portugal). O CDS acha que o governo foi desautorizado pelo grupo parlamentar que o apoia e vem pedir a cabeça da Ministra. O PSD, por seu lado, ainda não pede a substituição de Lurdes Rodrigues, mas reconhece que é mais uma trapalhada do Ministério da Educação.
Por seu turno, Valter Lemos, um obscuro ideólogo ao serviço do eduquês promovido a Secretário de Estado, vem dizer que não houve desautorização nenhuma, que tudo está como o governo sonhou. Esta comédia de enganos, repito, oculta aquilo que se está a passar por todo o país. Não é o estatuto do aluno que é «facilitista», é toda a concepção de ensino que este governo está a impor na escola portuguesa que o é. Desde o estatuto da carreira docente, passando pelo do aluno até às avaliações de professores, tudo está montado para que o professor se sinta coagido a passar alunos que nada sabem e que não querem fazer rigorosamente nada. Esta é a verdade nua e crua, basta pensar sobre as consequências desses documentos legais.
A escola portuguesa tornou-se um vergonhoso caos curricular, cheio de regras irrisórias para tudo e para nada, um autêntico inferno burocrático, sempre a crescer de forma silenciosa como um cancro, um pasto para incompetentes e oportunistas. Tudo está errado na escola portuguesa: o papel da escola, o papel do aluno, o papel do professor, o papel dos pais. O currículo geral, fundamentalmente o do ensino básico, é absolutamente ridículo, as avaliações dos alunos são superficiais, a grande maioria dos professores, se pudesse, abandonava imediatamente a profissão. Não foi tudo obra desta gente ignara que hoje nos governa, mas nunca um governo foi tão sistemático na destruição da escola pública, no fomento da facilidade entre alunos, na perseguição aos professores.
É altura de se deixar de brincar às comédias em torno da educação. Maria Filomena Mónica, no Público de hoje, dizia que “um professor precisa de uma sólida preparação de base, prestígio junto da comunidade e autonomia de acção”. A verdade é que este governo nunca esteve interessado na qualidade da formação científica dos professores, isso não tem para ele qualquer valor, lançou a maior perseguição aos professores de que há memória, destruiu-lhes a já de si medíocre carreira que tinham, e roubou por completo a autonomia de acção do professor (esta é fundamental e nada tem que ver com a chamada autonomia das escolas, outro desastre em preparação). Maria Filomena Mónica titulava o seu artigo “Deixem os professores em paz”. Já era tempo, mas, contrariamente ao desejo de Filomena Mónica, a procissão ainda vai no adro. A perseguição aos professores ainda não começou. Até aqui tem sido uma perseguição geral e abstracta, mas, com o actual processo de avaliação, a perseguição vai ser individualizada, pessoa a pessoa, até que não reste um professor digno desse nome na escola pública portuguesa. O ódio do Ministério aos «seus» professores é desmedido. Alguém que tenha sido um bom professor, exigente e rigoroso, é já culpado. É pessoa a ser liquidada através dos processos burocráticos de avaliação. A situação é de tal maneira grave que seria bom que os políticos que se deixassem de comédias…
Por seu turno, Valter Lemos, um obscuro ideólogo ao serviço do eduquês promovido a Secretário de Estado, vem dizer que não houve desautorização nenhuma, que tudo está como o governo sonhou. Esta comédia de enganos, repito, oculta aquilo que se está a passar por todo o país. Não é o estatuto do aluno que é «facilitista», é toda a concepção de ensino que este governo está a impor na escola portuguesa que o é. Desde o estatuto da carreira docente, passando pelo do aluno até às avaliações de professores, tudo está montado para que o professor se sinta coagido a passar alunos que nada sabem e que não querem fazer rigorosamente nada. Esta é a verdade nua e crua, basta pensar sobre as consequências desses documentos legais.
A escola portuguesa tornou-se um vergonhoso caos curricular, cheio de regras irrisórias para tudo e para nada, um autêntico inferno burocrático, sempre a crescer de forma silenciosa como um cancro, um pasto para incompetentes e oportunistas. Tudo está errado na escola portuguesa: o papel da escola, o papel do aluno, o papel do professor, o papel dos pais. O currículo geral, fundamentalmente o do ensino básico, é absolutamente ridículo, as avaliações dos alunos são superficiais, a grande maioria dos professores, se pudesse, abandonava imediatamente a profissão. Não foi tudo obra desta gente ignara que hoje nos governa, mas nunca um governo foi tão sistemático na destruição da escola pública, no fomento da facilidade entre alunos, na perseguição aos professores.
É altura de se deixar de brincar às comédias em torno da educação. Maria Filomena Mónica, no Público de hoje, dizia que “um professor precisa de uma sólida preparação de base, prestígio junto da comunidade e autonomia de acção”. A verdade é que este governo nunca esteve interessado na qualidade da formação científica dos professores, isso não tem para ele qualquer valor, lançou a maior perseguição aos professores de que há memória, destruiu-lhes a já de si medíocre carreira que tinham, e roubou por completo a autonomia de acção do professor (esta é fundamental e nada tem que ver com a chamada autonomia das escolas, outro desastre em preparação). Maria Filomena Mónica titulava o seu artigo “Deixem os professores em paz”. Já era tempo, mas, contrariamente ao desejo de Filomena Mónica, a procissão ainda vai no adro. A perseguição aos professores ainda não começou. Até aqui tem sido uma perseguição geral e abstracta, mas, com o actual processo de avaliação, a perseguição vai ser individualizada, pessoa a pessoa, até que não reste um professor digno desse nome na escola pública portuguesa. O ódio do Ministério aos «seus» professores é desmedido. Alguém que tenha sido um bom professor, exigente e rigoroso, é já culpado. É pessoa a ser liquidada através dos processos burocráticos de avaliação. A situação é de tal maneira grave que seria bom que os políticos que se deixassem de comédias…
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