Tiroteio em liceu finlandês – o princípio da contaminação

A história do tiroteio num liceu de Tuusula, Finlândia, é um caso surpreendente de contaminação. A moda é de origem americana. Como se sabe, os jovens americanos têm por desporto ir até aos respectivos liceus matar umas quantas pessoas. É uma forma de apaziguar os demónios que os atormentam, as frustrações que a pobre vida (não confundir, por favor, com vida pobre) lhes dá. Na Europa, a moda ainda não pegou. Há uns arremedos ali pelo Reino Unido, mas nada de muito significativo. Com o caso finlandês, pelo número de vítimas e pela agressividade do comportamento (ler no Público), parece que o exemplo americano está a ser substancialmente apreendido. O princípio da contaminação começa a funcionar. É evidente que tudo leva a crer que haja um toque mais refinado, mais espiritual, digamos, mais europeu. Ao que consta, o jovem de 18 anos achava-se um “existencialista cínico, humanista anti-humano, anti-social social-darwinista, idealista realista e espécie de deus ateu”. Que isto de ser europeu tem outro peso. Os americanos matam porque estão frustrados, os europeus por motivos filosóficos. Estamos todos mais descansados.