A situação em França
A situação em França, nomeadamente nos arredores de Paris, continua explosiva. A paz pública é tão frágil que um acidente lamentável pode dar azo a grandes distúrbios. Estamos perante duas culturas. Mas que culturas serão essas? A francesa e a dos imigrantes? Ou a dos jovens e a dos adultos? Ou a dos ricos e a dos pobres? Ou a mistura explosiva das várias possibilidades?
3 comentários:
Basicamente a do costume: a dos "senhores" e a dos outros.
Talvez o rosto da tolerância perante o inaceitável, porque o inaceitável se passa nos Banlieu e não nas Foche ou Hoche. Tolera-se que se mantenham para sempre periféricos arredados das centraidades. e só quando explode e o so ecoa de tal maneira estridente que os ouvidos estalam e as tolerâncias/ignorâncias envoltas em melaço acabam por desfazer-se numa biblioteca destruida. destruir o conhecimento, a culura ou apenas os enclausuramentos de uma Europa ainda muito refeém de uma esquerda pseudo libertária que inclui para arredar .
quando foi necessário reconstruir a França depois da II Guerra, le corbusier foi chamado para arranjar uma solução rápida para os milhares de desalojados. foi bem sucedido nessa tarefa. Daí para cá muita coisa mudou, mas a verdade é que os banlieu foram sendo progressivamente ocupados por grupos mais desfavorecidos, repatriados da argélia ou de outras colónias francesas. o resultado hoje é muito mais complexo pois quem os habita são já os filhos dessas gerações. Desde sempre arredados dos centros da cidade, que os expulsa, e os evita, e concentrados aos milhares, o resultado não pode ser outro. sem trabalho e sem escola estes grupos tendem a ocupar-se de actividades marginais e a alimentar uma guerrilha urbana que tem tanto de simbólica como de terapia ocupacional. nada de novo portanto, porque basta ver o filme ÓDIO, de Mathieu Kassovitz, de 1995, para perceber o que aconteceu na década de 90, em 2005 e 2006, o que acontece por estes dias, o que acontece todas as noites à volta das cidades francesas numa escala que não chega aos telejornais, e que nada vai mudar tão cedo. a culpa é do urbanista? parte dela é concerteza. o resto somos nós e a sociedade em que vivemos. é importante continuar "a ver o mundo". abraço. jss.
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