A Cidade Flutuante - 3. A cidade abria os poros
A cidade abria os poros
em cada sílaba,
perdia-se na pontuação,
ocultava-se silente
na branca luz lunar.
Cidade de clarões,
árvores desfolhadas,
casas perdidas,
uma sombra,
um suspiro,
o rio a trepar pela margem.
Cidade sem métrica,
onde moram os que aqui moram?
Caem pontes,
nas ruas há ervas
e se um sino repica
é a voz da morte,
pelos vivos
ao longe chama.
[JCM. A Cidade Flutuante, 1993/2007 ]
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