10/02/10

Um incómodo


Tornou-se um incómodo para o próprio partido. Quando Jaime Gama se mostra sibilinamente preocupado com a credibilidade do primeiro-ministro, isso significa que a credibilidade de Sócrates está a tornar-se tendencialmente nula. Sócrates deixou de ser solução para o quer que seja. É um problema. Problema para o país e um problema para o seu próprio partido. A falta de solidariedade interna, que o primeiro-ministro diz sentir, está inscrita na linha de orientação que ele próprio impôs ao partido e à governação. Os fortes não devem preocupar-se com os fracos. Nunca pensou que o fraco seria ele. Aqueles que o estão a abandonar são exactamente os mesmos que o apoiaram quando era poderoso. Portanto, pode esperar o pior. Seja como for, o problema do PS não é bem Sócrates, mas a cultura política que ele representa. Muitos Sócrates existem no PS. Apenas esperam a sua hora. Porém, o PS e o país bem precisavam de aniquilar a cultura socrática e do grupo que o apoio ou apoiou. Portugal precisa de um partido da esquerda democrática. Que seja democrático e que não tenha vergonha de ser de esquerda. Fundamentalmente que respeite os cidadãos e os valores essenciais da liberdade e da democracia.

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