08/02/10

O livro do entardecer 35

tínhamos a vida por diante
e um desprezo pelas horas
leve e fundo
o sono iluminado por archotes
e dos caminhos queríamos atalhos

éramos hóspedes e não o sabíamos
nem das fogueiras víamos a cinza
apenas o fulgor da eternidade
ou o leito para sempre o nosso

mãos nas mãos desfiamos agora quimeras
naturezas mortas

um rosário de sombra e esquecimento

2 comentários:

Alice N. disse...

Lindíssimo, como sempre.

jotabil disse...

Sim... agora, as palavras não estão coladas umas às outras....saiem às golfadas cheias de viver. E sendo assim animam os que na caverna, ficam contentes na luz.
Assim, sim!...Gostei.