19/02/10

Livros no domínio público (Brasil)


O Ministério da Educação da República Federal do Brasil disponibiliza um site, denominado Domínio Público, onde o viajante internético poderá descarregar um enorme conjunto de obras, de quase todas as áreas, caídas, as obras, no dito domínio público. Há muitas coisas em português, bem como noutras línguas usáveis, digamos assim. Há mesmo muitas coisas portuguesas, mais que em Portugal. Cheguei a isto através de um daqueles e-mails que se recebem e anunciam uma causa. Neste caso, a causa diz respeito à suposta intenção do governo brasileiro fechar o site devido, diz-se, ao pouco uso. Passo a transcrever parte do e-mail. "Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno". Isto foi recebido agora, mas já tinha recebido um semelhante há bastante tempo. Portanto, estamos perante uma de três hipóteses. Primeira, é mesmo verdade e o ME do Brasil, zangado com a falta de acesso a um mercado fundado na graça (tudo é grátis) e não na troca, decidiu, ou quase, encerrar a loja; segunda, é mentira e estamos perante uma daquelas histórias que povoam as mitologias urbanas em tempo de internet; terceira, o governo do Brasil encontrou uma forma sagaz de fazer publicidade ao seu site - um excelente serviço público, diga-se - utilizando a nossa infinita capacidade de indignação com quem está no poder (se for assim, a equipa de promoção está de parabéns).

Seja como for, e como cautelas e caldos de galinha não fazem mal a ninguém, passe pelo Domínio Público, faça o download de umas quantas obras em PDF, já agora leia-as por desfastio, e dê três vivas à lusofonia e um muito obrigado a todos aqueles que disponibilizam o seu tempo ou dinheiro para tornar acessível, segundo uma lógica fundada na graça, uma parte substancial da cultura humana.

1 comentário:

maria correia disse...

Obrigada. Recebi esse email pela primeira vez há cerca de dois anos, creio...partilhei imediatamente com amigos...pois não sei que se passará, o que é facto é que continua a existir...Graças aos deuses! Talvez estejamos não eivados do «mercado» que já não aceitamos nada de graça...a história do domínio público de muitas obras vai dando dinheiro a algumas editoras...não se pagam direitos, toca a editar! Creio que é após setenta anos após a morte do autor e não existindo mais nenhum detentor de direitos. É verdadeiramente a livre circulação de bens...e que bens!