Reforma aos 67 anos
Esta notícia do Correio da Manhã só pode surpreender a quem anda distraído. É evidente que a idade da reforma terá de subir. Muito provavelmente, o limite não irá ficar nos 67 anos, como se está agora a estudar. Uma situação económica débil, uma política de aposentação na função pública completamente irresponsável (como pode alguém imaginar como sensato que se ganhe mais quando se deixa de trabalhar do que quando se está no activo?), um aumento da esperança de vida, e, fundamentalmente, a inversão da pirâmide etária e a concomitante inexistência da renovação das gerações, tudo isto, e ainda mais a demagogia, a inépcia política e a cobardia de muitos governos, só podem conduzir a coisas como estas.
Não vale a pena sequer protestar contra o actual governo. Qualquer outro teria de fazer o mesmo, inclusive governos daqueles que nunca têm responsabilidade de governação e que se instalam facilmente na crítica acéfala deste tipo de medidas. Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
1 comentário:
Entrámos no século XXI, em marcha à ré, no que respeita à humanização das leis do trabalho, sob os chavões da mobilidade de emprego e da formação ao longo da vida. O que é certo é que a mobilidade de emprego que salta à vista resulta da precariedade de emprego e a formação ao longo da vida camufla a incapacidade dos governantes de tornarem o país mais produtivo, mais justo e amigo dos cidadãos e menos pobre.
Num país pobre e eternamente em crise, como é possível enriquecer-se fazendo política?
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