A putrefacção
Por mais que Sócrates fale em acto criminoso a divulgação ilegal das escutas, ou Pinto Monteiro proclame que tem condições para se manter no cargo, a verdade é que o país sente um profunda perplexidade por tudo aquilo que sabe. Mais incomodado se fica quando são os próprios juízes, através da sua Associação, que questionam as decisões do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, e o presidente do Supremo Tribunal, Noronha do Nascimento. A blogosfera, por seu lado, parece mobilizar-se e cortar com a apatia geral. Mas o que sobressai é que tudo, desde as conversas de Sócrates, às decisões dos responsáveis judiciais e à divulgação das escutas, tudo isto, repito, mostra o grau de putrefacção a que a vida democrática chegou em Portugal. Ninguém acredita nos partidos, com exclusão dos militantes mais dotados de fé, nem na independência das instituições de justiça. A situação está a tornar-se intolerável e a coisa ainda vai acabar mal.
P.S. Para completar o ramalhete, junte-se também as declarações do Presidente do Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público. O mínimo que se pode dizer é que as decisões de Noronha da Costa e de Pinto Monteiro deixaram muitos dos seus colaboradores ou colegas perplexos.
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