A sede que se deseja
Este belíssimo anúncio à cerveja Sagres, retirado com a devida vénia do Rua Dos Dias Que Voam, um blogue cheio de coisas destas e a visitar com regularidade, evoca em mim a primeira experiência com a cerveja (bebida da qual não sou particular adepto). Não me refiro à experiência de beber cerveja, mas de admirar a própria garrafa. Uma garrafa castanha com os símbolos e o lettring pintados a creme. Julgo que a tampa, carica, era cinzenta ou prateada com Sagres escrito a vermelho e naquelas belas letras que se vêem na imagem. Há toda uma elegância, fundada num quase despojamento de elementos icónicos, que contrasta com o ruído visual que foi crescendo ao longo dos tempos. Nas raras ocasiões que se me coloca a questão de beber uma cerveja, nunca me passa pela cabeça preterir a Sagres pela concorrência. Isso deve-se, porém, à peça de arqueologia aqui representada, a velha garrafa da Sagres. É o que faz ter espessura temporal. O slogan também é perfeito, a sede que se deseja. Ha imagens que são verdadeiros arquétipos.
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