A condecoração de Santana Lopes
Uma questão de justiça, disse o Presidente Cavaco. Mas também disse que é cumprir um dever e uma tradição. Quem leu Kant sabe muito bem o que significa esse dever, como ele deve contrariar a inclinação natural. Mas não é apenas esse conflito entre o dever e a inclinação natural que é significativo na atitude Cavaco Silva. O Presidente cumpre a regra de condecorar aqueles que tenham "terminado as funções de que foram titulares e quando já não exercem quaisquer funções políticas de destaque como deputado ou dirigente partidário”. Nas palavras de Cavaco há um alívio (ele já terminou as funções políticas) e um desejo (já não exerce, subliminarmente espera que não venha a exercer, funções político-partidárias). Duvido que Santana Lopes tenha apreciado a condecoração.
1 comentário:
Deve ser muito deprimente ver-se condecorado por "dever e tradição". Um verdadeiro rebuçado amargo.
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