O livro do entardecer 28 - as tuas mãos
olhava estradas e caminhos pela manhã
a quase dor a pairar silenciosa
pintada de água e sono
à luz sonâmbula das margens
pessoas animais promessas de vida
tudo a que nos convida a fatalidade da hora -
a camélia e o silêncio crescem
e um suspiro anuncia-lhes a morte
aberta sobre o meio-dia
pela primavera, quando as pétalas enlouqueciam
restos de inverno rescendiam a estátuas
o olhar de pedra sobre a boca
as tuas mãos – não mais as tomarei
1 comentário:
Muito século XIX, bucólico, triste, saudoso. Muito bom.
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