Morte lenta
Devido à baixa competitividade, a economia portuguesa enfrenta uma ameaça de morte lenta, diz a agência de rating Moody's. Isso, porém, não obsta que a economia não vá crescer. Vai, mas os salários reais vão diminuir e o desemprego vai aumentar. No meio de toda esta trapalhada, a dívida das pessoas e do Estado não pára de crescer. Por que somos pouco competitivos? Porque gostamos de viver bem acima daquilo que produzimos. A nossa entrada para a União Europeia não significou, do ponto de vista da psicologia social, que iríamos trabalhar, estudar e planear a vida como as grandes economias europeias. Significou apenas o sentimento de ter direito a viver como os europeus, sem que isso representasse ter o dever de trabalhar como eles, a começar pelas nossas castas políticas e económicos e a acabar no comum dos cidadãos. Estes vinte e tal anos não mudaram o que havia de pior em nós, apenas serviram para mascarar esse pior, o que significou, na prática, uma acentuação até ao desespero do mal que já nos corroía. Se não nos cuidarmos, a morte lenta em breve se tornará em morte súbita.
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