25/01/10

O livro do entardecer 27

o excesso de azul no céu
fulgura a manhã que declina
e deixa que o brilho que te move
empalideça como a ilha de onde partimos
e a que não voltaremos

não preciso dessas confidências
basta-me estar sentado
e ver o tempo passar
no voo das gaivotas

cerra as pálpebras
há olhos a mais nos teus olhos
e eu já só sei as palavras
que me conduzem na cegueira

tudo se torna tão longe
a água que cai
a lua nova
o desejo que se esqueceu
de quanto desejou

3 comentários:

maria correia disse...

Publicar...publicar...publicar....

Jorge Carreira Maia disse...

Obrigado, Maria, mas publicam-se coisas demais e às arvores não têm culpa. Quando chegar o tempo, se chegar, fá-lo-ei.

Abraço,

jcm

maria correia disse...

O.K...publicam-se coisas demais e demasiado más e as árvores não têm culpa! Porém, agora há...o kindle!Embora eu tenha tendência para preferir poesia inscrita nas árvores...Oxalá chegue esse tempo, o de publicar...poesia...nas árvores.