Um jogo de equívocos
O futebol é um jogo perverso. Mobiliza demasiadas emoções e demasiadas paixões, mobiliza grandes interesses, mas está sempre sujeito a um erro da equipa de arbitragem. O Benfica, o meu Benfica, ganhou a Taça da Liga (nem sei bem o que isso é) ao Sporting. Mas o golo do Benfica, aquele que empatou o jogo, nasceu de uma decisão errada da equipa de arbitragem. Não era já mais do que tempo de se começar a usar meios electrónicos para detecção da verdade de certas jogadas? Com o dinheiro envolvido e as emoções clubísticas sempre tão acirradas, o uso desses meios é quase uma obrigação para manter a paz pública, isto para além da verdade objectiva dos jogos. Os homens enganam-se. Em princípio, presume-se que os árbitros, mesmo enganando-se, estão subjectivamente convencidos da verdade das suas decisões. Mas não é disso que se trata, mas da verdade objectiva do jogo. Parece, porém, que existe uma verdadeira indústria, talvez um lobby poderoso, que vive das paixões propiciadas pelos enganos no futebol. Talvez seja ele que não está interessado no uso de meios electrónicos para auxílio da arbitragem. É por coisas destas que o futebol cada vez me interessa menos. No fundo, não passa de uma brincadeira de garotos, ou de homens que teimam em não deixar de ser garotos, onde o erro, a distracção e a batota, como nos jogos infantis, têm um papel preponderante na determinação do mérito. Perdoem-me os benfiquistas menos dados, em matéria clubística, ao uso da razão. Mas qual o prazer de ganhar quando há um engano que perverte a verdade? Mesmo que essa verdade não seja aquela que os adeptos do adversário, neste caso do Sporting, supõem na sua indignação.
1 comentário:
Caro JCM, o seu lúcido comentário prova, além da sua lucidez, que não é um benfiquista convicto. Os benfiquistas que conheço estão sempre a negar as evidências mais simples...por maor ao clube, claro. E não sou suspeita por ser do Sporting, é que o que é evidente deveria ser evidente aos olhos de todos. Ou não será?
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