18/03/09

Abertura da escola à comunidade

É isto a chamada abertura da escola à comunidade. Parabéns a todos os governantes, com especial incidência a Lurdes Rodrigues, Valter Lemos, Jorge Pedreira e Engenheiro Sócrates. Estão a conseguir.

5 comentários:

José Trincão Marques disse...

Este post é, salvo o devido respeito, demagogia (ou falta de gosto).

José Ricardo Costa disse...

Caro José Trincão Marques. Infelizmente, não tens razão. Um dos aspectos mais relevantes da política educativa do teu camaraa valter Lemos e da tua camarada Lurdes Rodrigues, tem sido a "ciganização" da escola pública portuguesa.

JR

Alice N. disse...

Aconteceu uma situação semelhante na minha escola, há pouco tempo. Uma senhora endiabrada (lamento a expressão, mas era mesmo assim que se encontrava) forçou a entrada na escola, bateu com um pau no funcionário que estava ao portão (homem corpulento, mas...), agrediu uma colega que gentilmente tentava acalmar a senhora e partiu uma vidraça com uma pancada violenta. Tudo no meio de berros medonhos. Só parou quando deu conta que estava ferida por causa dos vidros e tinha as mãos cheias de sangue. O motivo dessa fúria foi também um pequeno desentendimento entre alunos e a mãe por força queria matar quem se tinha desentendido com o filho.

Além deste episódio, já houve outras cenas de berraria, insulto e escândalo. E só falo de encarregados de educação, porque se falasse de alunos, nunca mais acabaria... O que aqui relato não foi noticiado, o que me leva a perguntar-me quantos acontecimentos semelhantes não chegarão ao conhecimento do público. Tudo isso é muito preocupante e, tristemente, não vejo o M.E. interessado em reconhecer o problema. Estarão à espera de uma desgraça maior?

Anónimo disse...

Tenho razão, tenho.
Compreendo, respeito e até concordo com muitas críticas que alguns professores fazem ao Ministério da Educação. Escrevi há tempos um artigo no JT onde divulguei a minha opinião sobre o assunto.
Comentei no A VER O MUNDO o post «A vontade de parecer civilizado», afirmando a minha procupação com a cultura de desrespeito no mundo ocidental pela escola e por todas as instituições de um modo geral. Sei que existe uma violência crescente e muitas vezes impune nas escolas.
Agora, não posso concordar que se utilize um caso particular envolvendo elementos de etnia cigana (chamemos os «bois» pelos nomes) para brincar (penso que foi a brincar) com a abertura da escola à comunidade (que também penso que tem aspectos criticáveis).
Aliás, a expressão utilizada pelo José Ricardo Costa «ciganização» da escola pública portuguesa é também ela profundamente infeliz. Como seria a expressão «pretização» das escolas dos subúrbios de Lisboa.
Isto para mim é evidente. E para vós também, tenho a certeza.
Os professores podem ter muitas razões de queixa da Ministério da Educação e concordo com muitos dos seus protestos, repito.
Mas não é justo, nem honesto, atribuir este fenómeno concreto de violência à abertura da escola da comunidade (seja ela um bem ou um mal). Todos sabemos que a comunidade cigana (como outras) tem problemas concretos de integração social que não são fáceis de resolver. Hitler resolveu-o de uma forma simples. Este fenómeno de violência nunca ocorreria há 30 anos anos porque não havia ciganos na escola. Este é um problema que deve ser resolvido preponderantemente com políticas sociais e criminais e não só com políticas de educação (necessárias para outros domínios).
Estamos entendidos camaradas?

maria correia disse...

De facto, há que separar as águas. O problema é de fundo, social, humano. Não tem apenas a ver com a «abertura da escola à comunidade». E diria mais, há trinta anos poder-se-ia passar a mesma coisa e passou-se, de facto. Na altura não era com elementos da etnia cigana mas com «os miúdos das barracas» ou os familiares das dos «miúdos das barracas.» Os «miúdos das barracas» roubavam os meninos «finos», os pais dos «miúdos das barracas» também entravam nas escolas armados de varapau se preciso fosse. E chamavam palavrões aos professores, aos directores de turma e a quem quer que se tivesse «portado mal» com os seus rebentos, no entender deles. Hoje já não há praticamente «miúdos das barracas», transformaram-se em «miúdos dos bairros sociais paupérrimos», estão «ligeiramente» mais integrados, alguns chegam às universidades. Há ciganos hoje em dia que também já chegam às universidades. E isso é bom.Aproveito para dizer que acho escandaloso que, numa escola de que me não recordo o nome--foi notícia há pouco tempo--os miúdos ciganos tenham sido isolados num contentor para ter aulas, enquanto que o resto da população do estabelecimento de ensino tem aulas nos edifícios principais. Isto também se chama «abertura da escola à comunidade?» Claro, os ciganos manifestaram-se. Não me canso de dizer que estou de acordo com grande parte das reivindicações dos professores, que discordo em muito do ensino actual ( mas essa situação não se passa apenas cá), mas, de facto, há que separar as águas.