Em defesa da autoridade
Até que enfim. Alguém vem dizer o óbvio de uma forma clara e distinta. Por exemplo, dizer isto: «Os pais e os filhos não estão no mesmo nível geracional, entre o pai e a criança a relação é vertical. Ao educarmos a criança, queremos elevá-la, fazê-la ascender ao nosso nível, ou seja, partimos do bebé para fazermos um adulto. Quando damos uma ordem e a explicamos, a relação vertical torna-se horizontal porque permitimos à criança que possa negociá-la. No entanto, ela precisa de saber que há limites.»
Ler toda a entrevista a Aldo Naouri no Público. Mas pensemos a escola a partir desta entrevista e percebemos que tudo está errado. Em Portugal, como um pouco por todo o Ocidente, escola e família estão a preparar verdadeiros monstros de egoísmo.
2 comentários:
Ainda hoje uma encarregada de educação me dizia, desgostosa, que o filho (um pequenito de doze anos) não tolera ouvir a palavra "não" e que, sempre que isso acontece, reage muitíssimo mal, respondendo muito agressivamente.
Há cada vez mais casos como esse e cada vez mais pais que nos dizem que "não fazem nada dos filhos"... Como serão esses jovens quando forem adultos?
Não posso deixar de salientar como os temas que lhe suscitam interesse são tão próximos das minhas próprias preocupações, é curioso, nomeadamente porque em questões de educação sinto muitas vezes a solidão dos campos de algodão...
Na minha infância e no circulo em que me movimentava muitas pessoas tratavam os pais pelo nome, alguns tinham dinheiro para gerir (pagando alimentação aos pais etc..) o sonho era summerhill (acalentei-o vários anos) os supostos pais ostentavam um orgulho em assumirem-se como melhores amigos , como se acreditassem que o melhor amigo é muito mais importante que o Pai ou a Mãe e aqqui começa a confusão.
A questão da sedução como refere Nouri, muitas vezes o resultado da sedução é fugaz e desastroso. Na educação é essencial investir no longo tempo mesmo que pareça criar o caos n presente (birras, queixumes...) chama-se a isso treinar a resilência, algo que coloca questões de autoridade e de rumo aos educadores.
Como podem aqueles que não quiseram crescer educar futuros adultos?
Grande parte da geração de 60 quis ignorar os rituais d passagem da idade adulta como se assim pudessem fintar cronos.
A autoridade surge quando se tem um rumo a hesitaç~ão é benéfica para o inimigo.
Passemos ao egoísmo depois de um olhar vitoriano sobre a criança temos agora a ditadura da criança cujos pais não permitem que cresça é dramático.
Há algum tempo escutei uma conversa entre 2 Mães na qual uma perguntava á outra pelo respectivo filho que andaria na faculdade ao que a primeira respondeu - Ai está a ser muito difícil é que eu fiz-lhe os trabalhos de casa até ao ano passado e ele agora sózinho está com muitas dificuldades...
É assim talvez faça sentido exarcebar o egoísmo como skill para enfrentar a barbárie anunciada...
veremos...
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