09/03/09

Moisés David Ferreira - Reencontro XIX

o poema empurra-te para uma fímbria
de litorais. se a mesa se dobra, acercas
uma viagem, e a vertigem debruça-se
como um selo sobre o júbilo.
exiguamente colado à escuridão,
escreves – e a trémula vida dos nomes
socorre-te do estertor das fábulas.
demorada em sua leveza,
cada fonte é também
um ramo de cicatrizes
que floresce para um sangue anterior
ao tempo, sob
a vigilância da fauna
que desune o esqueleto.

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