PCP - 88 anos
Foi no Portugal dos Pequeninos que dei conta do aniversário do PCP. Ontem, o Partido Comunista Português fez 88 anos. Subscrevo o essencial daquele post de João Gonçalves. Quem me conhece há muitos anos sabe que militei fugazmente no PCP. Também sabe que há muitos anos que eu não me reconheço nem nos princípios teóricos-filosóficos do marxismo, nem na praxis dos partidos comunistas, qualquer que seja a sua orientação. Dito de outra maneira, não sou comunista nem gostaria de viver num regime comunista. Mas o PCP tem qualquer coisa que é exemplar na vida política portuguesa. Os seus militantes, genericamente, possuem convicções, lutam por elas, são gente honrada e tentam gerir a sua acção política pela interpretação que fazem do bem comum. Se os partidos da área da governação (PS, PSD e CDS-PP) tivessem idêntica atitude relativamente os ideais democráticos e republicanos e ao bem-comum, a democracia portuguesa não seria o pântano que é. Não sendo sequer simpatizante comunista, julgo, no entanto, que o PCP tem duas coisas essenciais a dar à sociedade portuguesa: 1. o seu exemplo relativo à forma de estar na política, batendo-se segundo princípios, convicções e causas, agindo de forma honrada e visando o bem-comum (de acordo com o que pensa ser o bem-comum); 2. dar voz a uma parte da população que a miséria política, económica e moral tende não apenas a empobrecer, mas a roubar-lhe a possibilidade de ter opinião e visibilidade política.
A sociedade portuguesa continua a dar razão de ser à existência do PCP.
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